terça-feira, 8 de abril de 2014

Conscientização da Problemática do Lixo Através da Verificação da Produção de Lixo Pelos Alunos



Juliana Froes Forsan

Introdução

O  trabalho  desenvolvido  com  duas  nonas  séries  da  Escola  Estadual  Judith Ferrão  Legaspe  (Araras-SP)  buscou  conscientizar  os  alunos  sobre  a  problemática do lixo. Em um primeiro momento foram realizadas pesquisas sobre quantidade de lixo produzida, a degradação do meio ambiente e a exaustão dos recursos naturais que alimentando a atual sociedade consumista gera o lixo, também foi pesquisado o tempo  de  decomposição  do  lixo  no  meio  ambiente,  bem  como  imagens  que tornassem  mais evidente a questão. Houve, também, colaboração do professor de História que debateu com os alunos a questão do lixo sob o ponto de vista da atual sociedade consumista,  o lixo gerado por ela e os problemas sanitários e ambientais que representa a excessiva produção de lixo urbano, principalmente para os países menos desenvolvidos tornando-se necessária uma conscientização ambiental com o objetivo de reduzir a geração de lixo urbano. (ALMEIDA e AMARAL, 2006)

O  aluno  deve  compreender  que  a  excessiva  produção  de lixo  urbano  é  um dos maiores problemas sanitários e ambientais e que a produção crescente de lixo e as  facilidades  criadas  para  atender  demandas  de  uma  sociedade,  sobretudo consumistas,  produzem  um  excessivo  volume  de  resíduos  sólidos, desnecessariamente  e  sem  que  sejam  considerados  o  cuidado  e  a  atenção necessária para a eliminação destes resíduos. (ALMEIDA e AMARAL, 2006)

Em  um  segundo  momento  calculou-se  o  volume,  aproximado,  do  lixo produzido pelos alunos daquelas séries e de toda escola. Os dados obtidos foram tabulados e utilizados para a construção de gráficos servindo de comparativo para melhor  compreensão dos dados obtidos na pesquisa anterior e resultando em uma discussão com a sala sobre a responsabilidade de cada um sobre o lixo produzido.Esse trabalho inicial em parceria com o professor de História serviu para que o aluno compreendesse os problemas relacionados ao excesso de lixo gerado pela atual  sociedade  moderna  consumista  e  após  calcular  o  volume  de  lixo  produzido pela  sua turma  e  pela  escola  passasse  a  refletir  sobre  sua  própria  conduta  nesse sentido, adquirindo a consciência ambiental  com o objetivo de reduzir a sua própria geração de lixo entendendo que existe a necessidade do estabelecimento de uma nova  relação  entre  os  humanos  e  a  natureza  para  reverter  o  controverso,  mas provável quadro de degradação ambiental global. (Layrargues, 2006)

Esse trabalho enfocando o assunto “Lixo” procurou ter como base para o seu desenvolvimento  a  modelagem  matemática  buscando  uma  estratégia  de  ensino  e aprendizagem, na qual os alunos pudessem transformar um problema da realidade, a  questão  do  lixo,  em  um  problema  da  matemática  por  meio  da  manipulação  de dados  reais  coletando  e  analisando  informações  e  interpretando -as  no  sentido  de uma construção do conhecimento de forma a desenvolver um pensamento critico e reflexivo. (LEITE et al.2009).  Buscou-se, também, orientar no sentido de criar uma cultura de direitos humanos na tentativa de promover as atitudes e comportamentos necessários para que haja respeito por todos os membros da sociedade. (UNESCO, 2005).

Objetivos

Ao pesquisar dados sobre o lixo e calcular o volume do lixo produzido pela sala,  reunindo  os  dados,  organizando  e  apresentando  sob  a  forma  de  gráficos  e tabelas espera-se que o aluno possa perceber de forma mais consciente seu papel e sua responsabilidade  sobre o  lixo produzido pela sala podendo assim compreender melhor  a  dimensão  e  a  problemática  da  questão  do  lixo  produzido  em  um  âmbito maior  (cidade,  estado,  país,  mundo).  Adquirindo  consciência  em  relação  ao  Meio Ambiente  e  à  Economia,  duas  das  principais  áreas  citadas  do  documento  da UNESCO,  Década  da  Educação  das  Nações  Unidas  para  um  Desenvolvimento Sustentável,  2005-2014,  onde  é  citado  sobre  a  consciência  com  relação  aos recursos e a fragilidade do meio ambiente físico e  sobre os  efeitos das atividades e decisões  humanas  relativas  ao  meio  ambiente,  e  com  relação  à  economia,  o desenvolvimento deste trabalho espera, de acordo com  o mesmo documento que o aluno  adquira  consciência  em  relação  aos  limites  e  ao  potencial  do  crescimento econômico refletindo sobre suas próprias atitudes e impactos  da produção de lixo na sociedade e no meio ambiente,  compreendendo que deve existir um  compromisso de  reduzir  o  consumo  individual  e  coletivo,  levando  em  consideração  o  meio ambiente e a justiça social.

Competências e habilidades 

De acordo com as matrizes de referencia para a matemática do Saresp 2008, as competências e habilidades a serem desenvolvidas para o ano em questão são: 

Construir e ampliar noções de variação de grandeza para a compreensão da realidade  e  a  solução  de  problemas  do  cotidiano.  Compreender  e  fazer  uso  das medidas,  ou  de  sistemas  convencionais,  para  o  cálculo  de  volume,  calculando  o volume de prismas em diferentes contextos e resolvendo problemas que envolvam noções de volume. 

Ler, construir e  interpretar informações de variáveis expressas em gráficos e tabelas.  Fazer  uso  das  ferramentas  estatísticas  para  descrever  e  analisar  dados, realizar inferências e fazer predições. Associar informações apresentadas em listas e tabelas aos gráficos que as representam.

Sequência de atividades

Pesquisar na internet dados sobre a produção de lixo, na cidade, no estado, no  país  e  no  mundo.  Pesquisar  sobre  a  problemática  do  lixo,  sua  relação  com  o meio ambiente e outras questões relacionadas como o consumismo das sociedades modernas, a exploração dos recursos naturais, a poluição dos rios e dados sobre a reciclagem do lixo.

Em  grupos,  medir  as  dimensões  da  lixeira  da  sala  e  calcular  o  volume aproximando o formato da lixeira para um paralelepípedo. Medir a altura do lixo na lixeira e calcular o volume de lixo produzido pela sala ao final do dia.

Calcular o volume de lixo produzido pelas outras salas.
Comparar lixo produzido pela sala com os dados obtidos na pesquisa.
Fazer uma estimativa do volume de lixo produzido pela cidade.
Divulgar os resultados obtidos por meio de tabelas e gráficos. 
Discutir  sobre  os  dados  obtidos,  discutir  possíveis  soluções  individuais  que possam colaborar com a questão do lixo.

Resultados

Os  dados  a  seguir,  retirados  da  internet,  foram  utilizados  para  trabalhar questões  sobre  o  lixo,  procurou-se,  através  dos  valores  numéricos,  uma  reflexão sobre a  própria conduta além do desenvolvimento de assuntos  matemáticos. Cada trecho  foi  discutido  com  os  alunos  gerando  algumas  das  reflexões  e  conclusões feitas pelos alunos durante a aula e que são colocados aqui.

Para iniciar  os trabalhos  discutimos  a  frase do  professor  Maurício Waldman “Tudo ou quase tudo que se produz no mundo vai parar no saquinho que colocamos na  calcada  ou  na  lixeira.”

Os alunos se mostraram surpresos por pensar  que tudo o que é produzido a partir do meio ambiente retorna para ele em forma de lixo, no lixo que co locamos em saquinhos na calçada, pois não era algo que haviam relacionado,  seria  como se o lixo  produzido  simplesmente  não  existisse  mais  a  partir  do  momento  que  não  era visto sendo ignoradas as suas consequências.

Foram  analisados  dados  sobre  a  produção  de  lixo  no  Brasil  e  no  Mundo, destacando-se as informações a seguir: 

A  geração  de  resíduos  no  mundo  gira  em  torno  de  12  bilhões  de toneladas  por ano, e até  2020 o volume  previsto é de 18 bilhões de toneladas/ano  (UNEP-EEA,  2007).  O  Brasil  repete  as  tendências mundiais, em  2008 foram produzidos aproximadamente 67  milhões de  toneladas  de  resíduos  (IBGE,  2011),  apresentando  múltiplos desafios  e  dilemas  para  sua  gestão.  (SANTOS  e  GONÇALVES DIAS, 2012)

Sobre esses  valores,  houve a discussão de quanto lixo cada aluno produz e os tipos de lixo, nesse momento muitos começaram a citar o que   costumavam jogar no  chão  das  ruas  e  o  que  eles  costumavam  ver  jogado  pelo  bairro  em  local inapropriado.

Também  foram  pesquisados  dados  sobre  a quantidade  de lixo  produzida, o crescimento da produção de lixo e os gastos com limpeza pública. Pelo  levantamento,  os  brasileiros  geraram  em  2010  cerca  de  60,9 milhões  de  toneladas  de  resíduos  sólidos  urbanos  (RSU), crescimento  de  6,8%  sobre  2009.  No  mesmo  período,  segundo  o Instituto  Brasileiro  de  Geografia  e  Estatística  (IBGE),  a  população cresceu em torno de 1%.

O  total  de  resíduos  coletados  também  aumentou,  em  2010, aproximadamente  7,7%.  Segundo  a  Abrelpe,  54,2  toneladas  foram recolhidas  pelos  serviços  de  coleta  domiciliar.  Mesmo  assim,  esse número corresponde a 89% do lixo gerado. Ou seja, os outros 11% ficaram espalhados nas ruas, em terrenos baldios ou foram jogados nos rios. 

Além  disso,  do  lixo  coletado,  quase  23  milhões  de  toneladas,  ou 42,4%, foram depositadas em locais inadequados: lixões ou aterros controlados  —  onde  o  chorume,  líquido  originado  pela decomposição, não é tratado e pode contaminar os lençóis d’água.  

Os serviços de coleta custaram R$ 7,16 bilhões aos cofres públicos em 2010. Outros R$ 12,04 bilhões foram gastos nos demais serviços de limpeza pública, como varrição e manutenção de praças.

Nesse  texto  alguns  dados  foram  retirados  para  que  depois  os  alunos opinassem sobre os valores gastos com limpeza pública. Alguns alunos começaram sugerindo valores como, por exemplo, cem reais, sendo que a revelação dos valores gastos  com  manutenção  e  limpeza  causaram  espanto  e  admiração.   
Também  foi discutido  sobre  o  que  seria  depositar  lixo  em  local  inapropriado,  quais  locais  eles consideravam  inapropriados,  como  eles  viam  seu  entorno,  nesse  sentido,  e  como era a conduta deles com relação a isso, sendo que muitos alunos “confessaram”, no termo  deles,  ter  esse  tipo  de  conduta  “errada”  com  relação  ao  lixo  e  ao  meio ambiente.

A  cidade  do  Rio  de  Janeiro  gasta  R$  400  milhões  por  ano  para remover  cerca  de  1,2  milhão  de  toneladas  de  lixo  encontrado  nas ruas  -  sujeira jogada no chão pela população e "lixo natural", como folhas que caem de árvores. Com todo esse dinheiro, seria possível construir  ao  menos  dez  hospitais  de grande  porte, 20  escolas  ou manter  9.000  policiais  militares  por  ano.  (Disponível  em: <http://noticias.r7.com/cidades/noticias/gasto-do-rio-com-lixo-jogado-no-chaoconstruiria-dez-hospitais-por-ano-20100522.html>)

Nesse trecho também foi pedido, aos alunos,  que  sugerissem valores para o gasto  com  remoção  de  lixo  na  cidade  do  Rio  de  Janeiro  e  depois  da  quantia  ser revelada, qual poderia ser outra destinação desse dinheiro se não fosse gasto com limpeza pública. 

Os  alunos  apresentaram  dificuldade  em  compreender  grandes  quantias  e mostraram  não  assimilar  muito  bem  valores  escritos  na  forma  mista,  como  400 milhões, mas ao se escrever o numero com todos os algarismos 400.000.000 eles passaram a entender melhor as quantias citadas e os problemas relacionados.  Foi pedido, então, que anotassem todos os valores nesse formato e os reescrevessem usando todos os algarismos e depois convertessem os valores dados em toneladas para  quilogramas,  calculando  na  sequencia  as  porcentagens  dadas.  Todos  se mostraram surpresos com os valores encontrados, relatando não ter o hábito de ler noticias ou não compreendendo o que os dados queriam dizer.

Outra questão levantada foi quanto à conduta deles, se jogavam lixo no chão, que tipo e em que quantidade. Em grupos passaram a listar o que costumavam jogar na rua ou terrenos. A maioria listou jogar “somente” papel de bala. 

Foi  pedido  que  calculassem  a  quantidade  de  papel  de  bala  que  seria descartada nas ruas da cidade de Araras, se cada um dos aproximadamente 120 mil habitantes tivesse o mesmo tipo de atitude. Os alunos realizaram os cálculo s para um dia, um mês e um ano.

Outro  assunto  que não  era  tratado  como  lixo  pelos  alunos era  com  relação aos  equipamentos  eletrônicos,  o  chamado  lixo  eletrônico.  Muitos  relataram  ter jogado celulares sem qualquer tipo de preocupação. Localizamos várias informações sobre quantidades de metais pesados existentes em aparelhos celulares e o risco que isso representava para o meio ambiente.

Um  simples  chip  eletrônico,  menor  que  a  unha  de  um  mindinho, exige 72 gramas de substâncias químicas e 32 litros de água para ser produzido. 

[...] O crescimento exponencial da quantidade de aparelhos vendidos -  e também descartados  -  é o que mais preocupa no lixo digital. O número  de  computadores  pessoais  no  mundo  cresceu  cinco  vezes de 1988 a 2002. Hoje, são mais de 500 milhões. Mas além deles há 1,14 bilhão de celulares, que não passam de computadores de bolso. No  Brasil,  o  número  de  aparelhos  obsoletos  também  cresce.  A empresa Itautec Philco, uma das principais fabricantes, calcula que sejam descartados 3 milhões de computadores todo ano. Só o que eles  contêm  de  chumbo  (um  metal  pesado)  em  soldas,  baterias  e circuitos integrados é o equivalente a 1.900 toneladas. Estima -se que até  1999,  no  Estado  de  São  Paulo,  12  milhões  de  baterias  de celulares  já  tinham  ido  para  o  lixo.  O  Ministério  do  Meio  Ambiente acredita que, entre 1996 e 1999, tenham sido descartadas, em todo o Brasil,  11  toneladas  de  baterias.  Cerca  de  80%  delas  tinham  a combinação de níquel e cádmio, a mais tóxica. (Disponível  em:  <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR67907-6014,00.html>)

Aparelhos  e  principalmente  chip  de  celular  foi  o  que  mais  teve  resistência para  ser  entendido  como  um  problema  ao  meio  ambiente,  já  que  o  chip  sendo pequeno não poderia, na ideia deles, causar qualquer mal. Discutimos e calculamos o quanto seria necessário para se produzir um chip para cada habitante de Araras sabendo que  um simples chip eletrônico necessitaria  de 32 litros de água  e 72g de substancias químicas em sua produção.

Também  foi  discutido  sobre  reciclagem  de  celulares  e  as  vantagens econômicas.

•  O  descarte  de  celulares  soma,  atualmente,  2,2  mil  toneladas por ano  no  Brasil  (o  que  equivale  mais  ou  menos  ao  peso  de  quatro Airbus  380,  o  maior  avião  do  mundo,  um  em  cima  do  outro).  A previsão é que este número chegue a 7,5 mil toneladas em 2013.

• Um único aparelho celular contém cerca de 250 mg de prata, 24 mg de  ouro  e  9  g  de  cobre,  além  de  outros  metais.  Multiplique  esse número  por  250  milhões  (quantidade  de  linhas  ativas  no  Brasil)  e você terá uma ideia da economia que a reciclagem pode gerar para o meio ambiente.

• Até 80% de um celular pode ser reciclado (Disponível  em:  <https://www.institutoclaro.org.br/banco_arquivos/cartilha_lixo_eletronico.pdf>)

Com base nessas informações os alunos calcularam as quantidades de prata, ouro  e  cobre  para  as  250  milhões  de  linhas  ativas  e  discutiram  as  vantagens econômicas e para o meio ambiente que a reciclagem pode trazer.

Após a discussão dos textos selecionados e dos dados, os alunos calcularam o volume do lixo produzido pela sala. Em grupos, mediram as  dimensões da lixeira da  sala  e  calcularam  o  volume  aproximando  o  formato  da  lixeira  para  um paralelepípedo,  medindo  a  altura  do  lixo  na  lixeira  e  calculando  o  volume  de  lixo produzido pela sala ao final do dia, também calcularam o volume de lixo das outras salas e estimaram as quantidades produzidas pela escola ao final de um mês e um ano.

Após recolher os dados elaboraram um gráfico de colunas para o comparativo entre as salas os  alunos  relataram  já  ter  ouvido  ou  trabalhado  o  assunto  Lixo  diversas vezes, mas desconheciam os números associados não tendo, por isso, uma  melhor compreensão  dos problemas apresentados. Com a leitura dos números e o calculo das quantias de lixo produzida por eles e as estimativas realizadas  para os períodos de tempo pedidos e para  a população da cidade  passaram  a ter uma melhor ideia das dimensões da problemática do lixo.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

ALMEIDA  JR,  R.  de  A.;  AMARAL,  Sérgio  Pinto.  Lixo  urbano,  um  velho  problema atual. Bauru, SP. XIII SIMPEP, 2006.

ARAIA,  Eduardo.  REVISTA  PLANETA.  Não  há  planeta  para  tanto  lixo. 

Década  da  Educação  das  Nações  Unidas  para  um  Desenvolvimento  Sustentável, 2005-2014: documento final do esquema internacional de implementação.  – Brasília: UNESCO, 2005. 120p.

LAYRARGUES,  Philippe  Pomier.  Muito  além  da  natureza:  educação  ambiental  e reprodução  social. Pensamento  complexo,  dialética  e  educação  ambiental.  São Paulo: Cortez, p. 72-103, 2006.

LEITE,  Maria  Beatriz  Ferreira;  FERREIRA,  Denise  Helena  Lombardo;  SCRICH, Cintia Rigão. EXPLORANDO CONTEÚDOS MATEMÁTICOS A PARTIR DE TEMAS AMBIENTAIS  Exploring  mathematical  content  through  environmental subjects. Ciência & Educação, v. 15, n. 1, p. 129-38, 2009.

PROTAZIO, Paula. ÉPOCA. Montanhas de lixo digital. Disponivel em: <http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDR67907-6014,00.html>. Acesso em: 10 out. 2013.

RUBACK, Camila. NOTICIAS R7. Gasto do Rio com lixo jogado no chão construiria dez hospitais por ano. 

SANTOS,  Maria  CecÌlia  Loschiavo  dos;  GONÇALVES-DIAS,  Sylmara  Lopes Francelino.  Resíduos  sólidos  urbanos  e  seus  impactos  socioambientais.(Org).  São Paulo: IEE-USP, 2012. 82p.

SARESP  2008:  Matrizes  de  referência  para a  avaliação:  Matemática/Secretaria  da Educação; coordenação geral, Maria Ines Fini – São Paulo: SEE, 2009. V.3.

JORNAL  DO  SENADO.  Brasília,  DF.  2012. 

INSTITUTO  CLARO.  Lixo  eletrônico:  qual  o  melhor  destino  para  eles?


quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Lançado Adiante



Segundo o Dicionário Aurélio, um projeto é algo lançado adiante, posso afirmar que essa definição foi o que mais me surpreendeu, simplesmente pelo fato de saber que a elaboração de qualquer projeto se dá em um tempo muito vivo, com uma definição – e objetivos – bem clara. Ou seja, num tempo presente muito peculiar, onde tudo aquilo que vivenciamos, e ao foco específico do projeto, acabam interferindo em sua definição.
Pensar adiante, com um pé em um mundo de constante transformação é algo cada dia mais complicado, até pelo fato de um projeto ser algo finito, e com objetivos bem direcionados, embora, pisado em chão arenoso.
Vejamos como Brito & Sabariz define isso, especificamente dentro da área educacional, nosso principal foco:

(...) podemos dizer que projeto educacional é um empreendimento de duração finita, com objetivos claramente definidos na solução de problemas, oportunidades, necessidades, desafios ou interesses de um sistema educacional, de um educador ou grupo de educadores, com a finalidade de planejar, coordenar e executar ações voltadas para melhoria de processos educativos e de formação humana, em seus diferentes níveis e contextos. (2011, 12)

Assim, ao juntarmos o lançar adiante com o compromisso em fomentar a formação humana em nossos alunos, poderia afirmar que, mesmo sendo tão escorregadio em sua formação, aliás, em sua feitura, a definição de um projeto e sua escrita acaba sendo uma aposta em futuro. Uma aposta numa formação mais humanizada, objetiva e bem focada de nossos educandos.

Afinal de contas, eles são a geração que nos substituirá daqui a algum tempo, e isso precisa ser revisto urgentemente, há que pensar no futuro como algo realmente viável e, principalmente, muito bem definido. Isso sim é elaborar e gerir um projeto com destreza.

Referência Bibliográfica
BRITO, Jorge Nei & SABARIZ, Antônio Luis. Elaboração e Gestão de Projetos Educacionais. São João Del-Rei: UFSJ, 2011.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Saúde e Trabalho na Educação


A criatividade pode ser algo inerente ao ser humano, no entanto, ela não é uma constância, já o trabalho, além de ser uma constância, nem sempre vem acompanhado da criatividade, muito pelo contrário, pode vir acompanhado de doença, uma vez que, a potencialidade humana só se realiza em um ambiente em que corpo e mente estejam em harmonia, logo, sinônimo de promoção humana.
Se a sala de aula fosse um ambiente mais tranquilo, harmônico e sereno, pode ser que esta criatividade se desenvolvesse com mais frequência, por outro lado, em situações de conflito pode também haver criatividade, desde que este conflito não descambe em patologias (doenças); o grande problema é que o professor não está mais envolvido apenas com a sala de aula, muitas vezes seu trabalho ultrapassa este ambiente, chegando aos lares das famílias.
Aliás, os lares das famílias têm chegado cada vez mais à sala de aula, e é neste ponto que a criatividade acaba sendo deixada de lado, uma vez que, nosso papel acaba por extrapolar as meras funções do lecionar e, como tal, do ser criativo.
O trabalho, numa situação como essa, perde parte de seu significado, e é justamente a parte vinculada à criatividade que acabamos por perder; e isso é possível ao nos dispormos a mais coisas que nosso preparo e nossa profissão, em si, se fizeram.
O vínculo do professor com o aluno tem sido cada vez mais intenso (para não dizer íntimo), nosso papel de mestre se refez e se transformou em resolvedor de problemas familiares; ou fazemos isso ou não conseguimos trabalhar, logo, não conseguiremos exercer nossa criatividade, por isso, repito, nem sempre a criatividade vem acompanhada de um trabalho que, sobremaneira, deveria ser criativo.
O ambiente escolar é totalmente propenso ao desenvolvimento de toda criatividade, visto que ele favorece isso, embora, cada vez mais temos perdido tal criatividade em detrimento das doenças adquiridas com nossa “atual” profissão.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Desejo de Mudança


O desenvolvimento de qualquer comunidade, em situação de perigo social, precisa partir daquilo que esta comunidade tem de melhor, de próximo e de mais especial: seus valores, sua cultura local e, principalmente, sua união e cooperação. Quando esta possibilidade vira uma realidade, o desejo de mudança, por si só, se transforma em mudança.
Aqueles que buscam esta "necessidade" sabem que, numa hora ou outra, ela pintará bem lá no íntimo; o que diferencia os grandes homens é o fato de esta vontade íntima se transformar em realidade... realidade nova, e não qualquer realidade.
Se esta tentativa se transformar em projeto, de forma automática, esta rede de cooperação tende a aumentar, incorporando cada vez mais novos valores aos já inseridos no grupo, e serão estes novos valores que darão uma cara nova ao grupo, logo, uma identidade outra ao mesmo. Estas manifestações que varreram o Brasil nas últimas semanas é exatamente a execução de um projeto e a efetivação de um desejo. 
Vão dizer que é uma tarefa difícil, já diria o contrário; cria-se um círculo virtuoso, fazendo com que os valores sejam atraídos por novos valores, e isso foi constatado com o pós das manifestações. Podemos dizer que ainda está longe do que queremos, mas novidades deixam de sê-lo quando se concretizam em atos, colocando em nosso âmago novas necessidades... ao menos àqueles que não estão contentes com o que aí está.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Gestão de Mudança e Conflitos


A criatividade pode ser algo inerente ao ser humano, no entanto, ela não é uma constância, já o trabalho, além de ser uma constância, nem sempre vem acompanhado da criatividade que não o está fazendo bem, e por isso busco a motivação do incômodo, pois o incômodo é o elemento que motiva o ser humano a ser mais do que, realmente, ele é, uma vez que a realidade só passa a ter significado quando a significamos.
Se o ser humano quer criar uma realidade para si mesmo, é porque ele não está satisfeito com a realidade que o circunda, e isso só tem uma explicação: o incômodo faz parte de sua vida.
Aquilo que compreendemos está diretamente ligado com esta realidade que quer ser outra, além de sua vida habitual, visto que, o que está compreendido como o que realmente é, se torna algo que buscamos para fazer diferença diante deste mundo que nos coloca sempre no patamar do outro, e, como tal, no patamar daquilo que não queremos, por isso a realidade é aquilo que queremos para nós mesmos: “Meu mundo é aquilo que pode ser captado pela minha consciência e é a linguagem que organiza o que me circunda, dá sentido a tudo que minha consciência apreende.” (SOUZA & CARVALHO, 2011: p. 26), e por este motivo dá significado à minha vida, por isso, minha vida é aquilo que quero para ela.
E isso significa que já introjetamos algo que está fora de nosso alcance, por isso a realidade desse algo é tão importante, pois garante que o que está fora de nosso alcance pode ser uma realidade plausível.
A partir do momento em que o incômodo faça parte da vida de alguém, é porque este alguém incomoda, e isso significa que há algo que está interferindo no dia-a-dia de alguém, e isso é o espírito do empreendedorismo, visto que: “(...) o comportamento empreendedor faz parte de um processo total que comporta várias dimensões da vida e diferentes escolhas (…) (NETO & CARDOSO, 2010: p. 15) que nem sempre são conscientes, visto que a consciência faz parte deste processo novo, que a mente quer desenvolver e que precisa de um ponto de partida.
O ser humano precisa pensar o novo como algo que o influenciará positivamente e não negativamente, por isso o novo é parte de um estágio da vida em que os conflitos colaboram com a evolução. Se o passado fosse o caminho certo, por suposto, ele não seria o melhor conselheiro.



Referência Bibliográfica

NETO, Bezamat de Sousa & CARDOSO, Merilane Emanuele. Pedagogia Empreendedora. São João Del Rei: UFSJ, 2010.


SOUZA, Marcos Sávio & CARVALHO, Luiz Fernando de. Gestão de Mudanças e Conflitos. São João Del Rei: UFSJ, 2011.